Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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O tempo dos nossos pés
Tu não vês... ou vês?
Ao olhar humano, o Teu segundo é impossível de decifrar.
Eu vivo andando pelos campos,
(sementeira marginalizada),
aqui e ali,
me perguntando, buscando...
Onde estás? Onde estás?

Eu só sei que caminho.
A grama me arde os pés. Aqui e alí,
escondidos do olhar humano,
os deserdados me esperam.

Esperam-me como Te espero há milênios.
Tua criatura desesperada, que de Ti nada sabe,
a não ser que brilhas em alguma dessas estrelas na noite,
vigiando o tempo dos nossos pés.

E me vem essa idéia louca de renascer
algum dia, de alguma árvore
ou de algum pasto maior,
para receber, sem nenhum aviso,
essas lágrimas que jamais confundirão
eu e meus deserdados
que sejam as do Teu céu.

Então todos nos perfilaremos como irmãos,
partilhando do mesmo ninho
nos ramos do Teu coração.



Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 13/10/2014
Alterado em 13/10/2014
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